Kombi Barndoor no Brasil e no Mundo
Falar de VW Kombi Barndoor não é tarefa fácil. Segundo o Aluisio Lemos: "... as primeiras BARNDOORS não tinham uma lógica na montagem, fato dito pelo próprio Mauricio Marx que possui 3 Barndoors (Revista Fusca & Cia) em pesquisa quando restaurou sua primeira Tipo2...", mas vamos tentar.Nascia a Kombi, abreviação de Kombinationfahrzeug, ou veículo de uso combinado (ou veiculo Multiuso).
A Alemanha pós guerra era um pais em fase de reconstrução e a Volkswagen pensando no mercado promissor internacional expandia a produção daquela que seria junto com o fusca o casamento perfeito para o sucesso.
Em 1950 chega no porto de Santos as 2 primeiras Kombis juntamente com 10 fuscas,era um teste que a Volkswagen estava fazendo com o mercado brasileiro, e os resultados de vendas foram fantásticos, pois o preço estimado era de CR$ 20.000,00(vinte mil cruzeiros), e o resultado final foi surpreendente, pois a Brasmotor conseguiu vender pelo extraordinário valor de CR$ 60.000,00(sessenta mil cruzeiros), cada veiculo.
A Kombi começou a ser vendida no Brasil, importada (e depois montada) pelo grupo Brasmotor, representante Chrysler e dono da Brastemp. Em 1953, a própria Volkswagen criou uma filial aqui. A produção da Kombi com peças nacionais começou em setembro de 1957. Foi o primeiro modelo da marca feito no Brasil e participou intensamente da construção de Brasília.
A partir de 1953 várias empresas vieram para o Brasil: Ford e GM já montavam veículos por aqui, então começaram a trazer o ferramental dos EUA para produzir, Volkswagen, Chrysler, International, Mercedes, Simca, DKW.
A maioria do ferramental foi trazido de fora, era os moldes antigos do ano anterior, que não seriam mais usados nos EUA... O Aero Willys 60 era o modelo americano de 1952. O caminhão Chevrolet 57 era o caminhão americano de 54, O Ford 55 brasileiro era o Ford 54.
Manuais digitalizados:
http://www.thesamba.com/vw/archives/manuals/type2.php
Livro:
https://books.google.hu/books?id=5Il8AwAAQBAJ&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=true
A nossa pesquisa foi realizada pelos sites:
http://www.barndoor.dk/detaljer.html
www.vintagebus.com/busfaq.html
TABELA DE PRODUÇÃO – NÚMEROS DE CHASSI (período Barndoor)
O número de chassi indicado representa o último veículo produzido no respectivo mês.
1950
Mar 20-000001?
Apr 20-000372
May 20-000671
Jun 20-001300
Jul 20-001751
Aug 20-002897
Sep 20-004171
Oct 20-005622
Nov 20-007037
Dec 20-008112
1951
Jan 20-009542
Feb 20-010867
Mar 20-011741
Apr 20-012519
May 20-013359
Jun 20-014337
Jul 20-015323
Aug 20-016345
Sep 20-017286
Oct 20-018355
Nov 20-019312
Dec 20-020112
1952
Jan 20-021347
Feb 20-022408
Mar 20-023870
Apr 20-025719
May 20-027676
Jun 20-029572
Jul 20-030782
Aug 20-032823
Sep 20-035134
Oct 20-037647
Nov 20-039772
Dec 20-041857
1953
Jan 20-044361
Feb 20-046563
Mar 20-049106
Apr 20-051360
May 20-053447
Jun 20-056087
Jul 20-057628
Aug 20-059939
Sep 20-062598
Oct 20-065376
Nov 20-067819
Dec 20-070341
1954
Jan 20-073148
Feb 20-076265
Mar 20-079978
Apr 20-083238
May 20-086613
Jun 20-090054
Jul 20-092166
Aug 20-095476
Sep 20-099251
Oct 20-102992
Nov 20-106736
Dec 20-110603
1955
Jan 20-114525
Feb 20-118226*
*Oficialmente, a primeira “não Barndoor” teria sido fabricada no dia 1º de março de 1955, com o chassi nº 20-117902. (fonte: http://www.thesamba.com/vw/archives/info/chassisdating.php)
Texto de Ademir Sgrott e Jean Strifezzi
Disponibilizado Por Thiago Rocha e Luiz Witter
Complementado por Alexander Gromow e Eduardo Gedrait com a colaboração de Jean Strifezzi, Aluisio Lemos, Elder Buzzo e Johnny Higashi
Fotos Luiz Kessler
Agradecimentos Rafael de Oliveira
Criação: Maio de 2014
Atualização: Outubro de 2017
Curiosidades
1950: Ano de seu lançamento na Alemanha e início das vendas no Brasil, importada pelo Grupo Brasmotor (proprietário da marca Brastemp). Na traseira havia uma grande tampa do motor, que deu origem ao apelido "barndoor" (porta de celeiro).Do protótipo da Barndoor até meados de 1950 (chassi 20-05001) o estepe ia em pé no compartimento do motor |
Na sequência, até a última Barndoor, o estepe ia instalado numa prateleira em cima do motor, preso por uma cinta de couro (posteriormente por uma cinta de tecido). |
A Kombi era equipada com motor de 1100cc e 25hp, o eterno boxer de 4 cilindros opostos refrigerado a ar. A partida era elétrica (na chave) ou manual (na manivela), 8 grades de ventilação no motor p/ fora; não há aba de ventilação acima do para brisas, espelho retrovisor externo fixado na coluna na altura da metade do para brisas.
Em maio surge o modelo Microbus, para passageiros, com forração mais caprichada e pintura em dois tons. As primeiras Barndoors tinham dois emblemas VW, fabricados em alumínio fundido, sendo um na dianteira e outro na traseira. O emblema traseiro foi abolido em outubro (a partir do chassi 20-05535).
Quanto ao emblema dianteiro, a partir do chassi 20-011869, por volta de abril, o emblema passou a ser de metal estampado. Havia apenas um pequeno refletor (olho de gato) instalado na traseira esquerda, abaixo da lanterna.
A capacidade de carga inicial era em torno de 750 Kg. Os números de produção eram de cerca de 10 veículos por dia na fábrica.
8 grades de ventilação no motor para fora |
Todas as barndoor não tinha ventilação sobre os para-brisas da frente, até chassi 20-117901. |
Detalhes Kombi Barndoor
A- a "testa" possui um vinco saliente, e a calha possui um certo ângulo;
B- o "beiço" da calha é bem perto da coluna A;
C- a ventarola é bem característica, formato bem diferente, sendo fixada com dobradiça piano;
D- as aletas de ventilação são em número de 8;
E- a "saboneteira", ou o recesso do trinco é estreito como o do Fusca. Se repararem, na Kombi pós Barndoor o recesso é mais arredondado;
F- o paralama dianteiro, na parte indicada, é mais largo do que o da Kombi pós Barndoor;
G- reparem que não existe aquele "rebaixo" arredondado na lata, em torno do eixo do limpador.
1951: A partir de abril (Chassi 20-05534) todas as Barndoors passaram a ter janela traseira. Em junho surge o modelo De Luxe Microbus (apelidada de “Samba”), com oito janelinhas adicionais no teto (23 janelas no total), teto solar, painel grande com rádio e relógio, frisos, etc. Em dezembro é lançado o modelo ambulância.
1952: Em março a Volkswagen instalou um segundo refletor (olho de gato) na traseira, abaixo das lanternas. Lançamento da versão “Pickup” no mês de agosto, câmbio com 2ª,3ª,4ª sincronizadas. Johnny destaca que "Quando ela foi lançada em 1952, as tampas eram lisas, ou seja, não tinham aquelas estampas retangulares, em baixo relevo, na chapa."
1953: o primeiro modelo a receber parachoque traseiro foi o modelo "De Luxe", conhecido pelo apelido "Samba", no chassi nº 20-047102, em março. Curiosamente o parachoque traseiro não surgiu ao mesmo tempo nos diversos modelos de Barndoors. Nos modelos "Microbus Standard", "Kombi" e "Panelvan", surgiu a partir do chassi nº 20-069409, em dezembro de 1953. O câmbio passou a ter a 2ª, 3ª e 4ª marchas sincronizadas. Início da montagem no Brasil, com as peças importadas (o chamado "sistema CKD", "Completely Knocked Down) ainda pelo Grupo Brasmotor. Em dezembro de 1953, motor 1200cc de 36hp.
1954: a Barndoor nº 100.000 sai da linha de produção em Wolfsburg. Era dia 09 de outubro de 1954 e o então diretor geral da Volkswagen, Heinrich Nordhoff, proferiu um entusiasmado discurso na fábrica."
Em março de 1954, a “Pickup” é último modelo a receber o para choque traseiro, a partir do chassi nº 20-079856. Como já foi informado acima, neste ano, a chapa da carroceria recebe estampas retangulares, em baixo relevo, com a finalidade de reforçar a estrutura.
1955: oficialmente, a última Barndoor foi fabricada em 28/02/1955, com o número de chassi 20-117901, 03/55-> caixa de direção com roletes. A partir de 1955, as versões de Fusca e Kombis que iam para os EUA, tinham de ter as tetinhas , pois as bananinhas eram proibidas pela legislação deles.
Numeração do Chassi:
Até o Chassi 20-117 901 (Fev 1955) a placa com o número encontra-se na parede transversal traseira do compartimento do motor.
A partir do Chassi 20-117 902 (Mar 1955) até 469 505 (Mai 1959), encontra-se abaixo da placa de modelo na parede transversal traseira do compartimento do motor.
Texto de Ademir Sgrott e Jean Strifezzi
Disponibilizado Por Thiago Rocha e Luiz Witter
Complementado
por Alexander Gromow e Eduardo Gedrait com a colaboração de Jean
Strifezzi, Aluisio Lemos, Elder Buzzo e Johnny Higashi
Fotos Luiz Kessler
Agradecimentos Rafael de Oliveira
Criação: Maio de 2014
Atualização: Outubro de 2017
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