Kombi Luxo um Volkswagen histórico

Grandes brasileiros Volkswagen Kombi Luxo


Ela não tinha concorrência, a velha senhora passou mais de 40 anos com praticamente a mesma cara e pouca evolução tecnológica. Mas até pela falta de concorrência a Kombi foi de longe o principal utilitário brasileiro. Levou muita gente pra escola, para o trabalho, levou muitas frutas e verduras para as feiras de todo o Brasil, serviu como carro de lotação, transportou de cigarros à doces, correios, ambulância, foi Pickup, modelo furgão e de passageiros. Por tudo isso de uma ou outra forma foi um veículo que fez parte da rotina do povo brasileiro durante muito tempo.

Longos 56 anos separam a primeira Kombi fabricada no Brasil de sua última unidade, a despedida da velha perua foi marcada pelas 1.200 unidades da série especial Last Edition, que traziam pintura em dois tons, acabamento externo diferenciado, estofamento exclusivo e até cortinas nas janelas. Tamanho esmero não era visto desde 1986, quando a Volks­ deixou de produzi-la na caprichada versão Luxo. Para entender o conceito, é preciso voltar no tempo.

Antes da Kombi, nossa indústria oferecia apenas utilitários como a perua DKW Universal, a picape Ford F-100 e o Jeep Willys. Os sedãs nacionais de prestígio chegariam ao mercado apenas depois, como o Simca Chambord e o Aero Willys, trazendo apenas frisos e calotas cromados. Oferecida ao público desde 1957, a Kombi Luxo era inspirada no modelo DeLuxe apresentado no Salão de Frankfurt em 1951. Mais simples que a alemã, a nossa perdia as oito janelas no teto, o teto solar e o painel com rádio e relógio, mas mantinha o pequeno motor a ar de quatro cilindros opostos, o emblema dianteiro cromado e pintura externa em dois tons separados por frisos. Entre 1960 e 1962, foi anunciada como Kombi Especial.

A VW não tinha receio de apresentá-la como um carro de luxo para 9 a 12 pessoas, já que até o publicitário (e depois jornalista automotivo) Mauro Salles definia o acabamento como "refinado": revestimento em plástico, forro integral no teto, isolamento acústico, barras de apoio nos bancos e cinzeiros. Exclusiva do Brasil, a versão de seis portas tinha estribos laterais, pois era muito usada como táxi.

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